- Área: 1326 m²
- Ano: 2015
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Fotografias:Camila Cossío, Rafael Gamo
Descrição enviada pela equipe de projeto. Este projeto teve como ponto de partida um primeiro trabalho de arqueologia-urbana. Nos deparamos com um imóvel em total decadência, chamado anteriormente de Hotel Jardim Amazonas, rapidamente o buscamos no google e apareceram várias fotos da sua época de esplendor onde nos chamou atenção, principalmente, o pátio central como um oásis dentro da cidade, além da decoração dos anos setenta, o tapete de grama artificial e o figurino dos que foram fotografados tomando sol junto a piscina. Já não restava nada deste hotel além da estrutura típica, com corredores exteriores que rodeavam o pátio, assim como inúmeras camadas de revestimento. Hoje o hotel conta com 36 habitações, cada uma com um toque especial.
A fachada, que decidimos manter intacta havia sido remodelada provavelmente nos anos oitenta. Ao impor um ar de modernidade, cobriram o edifício com uma pele de vidro espelhado. Cuauhtémoc, que hoje é uma área muito ativa culturalmente, compartilhou este mesmo processo de deterioração durante alguns anos. A decisão de quais elementos conservar e quais retirar foi um processo lúdico e de descobrimento gradual.
Decidimos, inclusive, evitar o acesso pela fachada e construir um novo na lateral, no estacionamento vizinho, para modificar a narrativa do percurso e provocar uma surpresa fazendo com que os visitantes chegasse diretamente no pátio central que havíamos idealizado nas fotografias. No processo, além de retirar e mostrar as diferentes camadas, decidimos também abordar alguns elementos potentes que puderam conferir coesão e unidade ao projeto. O concreto da estrutura do edifício existente é apreciado em cada espaço comum e cada habitação do hotel.
O pátio central torna-se o espaço público com mais atividade, o restaurante, que está desenhado sob os mesmo critérios do hotel. A loja/galeria/biblioteca são espaços integrados um com o outro, rompem as barreiras entre eles e criam a sensação de não existir um limite que os defina de forma independente; com a biblioteca, por sua vez, pretende-se ter um recinto acolhedor através da atmosfera e do mobiliário.
A malha perfurada feita com bloco de concreto negro relaciona-se com estes objetivos de relações espaciais mas também cria privacidade e enriquece o percurso até o quartos. As habitações possuem um projeto de interior que depende do hóspede, algumas inclusive possuem terraços privados para poder tomar sol e desfrutar da paisagem urbana vertical da cidade.
Os interiores são feitos em colaboração com a equipe de designers mexicanos que cuidaram de cada detalhe dos espaços, desde o mobiliário de concreto com madeira embutida e as luminárias, até os acessórios do banheiro, produzindo cada peça de acordo com a habitação. Intervenções de arte contemporânea cobrem algumas paredes dos quartos conferindo-lhes um toque de cor e criando uma experiência espacial única.
BRANDING
Para nós, o importante era cuidar de cada um dos elementos que compõem a experiência hoteleira. Por isso, em conjunto com um especialista, desenvolveu-se a parte gráfica e o branding da marca para que os mesmos conceitos da arquitetura refletissem na obra como um todo.